5.12.07

Quem comeu a Madonna?



Quem transou com a Madonna
Quando ela esteve no Brasil?

Quem traçou o mulheraço,
Entre beijos e abraços,
Colheu o botão de rosa,
Lambeu o favo de mel,
Na suíte esplendorosa
Do Caesar Park Motel?

Qual foi o brasileiro?
Quem que traçou a Madonna
Lá no Rio de Janeiro?

Em verdade, em verdade, eu vos digo:
Foi comigo! Foi comigo!
E eu vou te contar como é que foi...

Encontrei a Madonna na Praça Nossa Senhora da Paz
Numa limousine Mitsubishi lilás
Calcinha preta, peitinho solto,
Algemas na cinta, corrente nos pulsos, coleira no pescoço
E incrustado num boné de marajá que lhe cobria a cabeça
Um crucifixo de ouro com um homem nu.
Abriu a janela do carro, olhou pra mim e disse assim:
- Entra aí seu bunda suja,
Vamos tirar um sarro!

A Madonna tava demais!
Peruca sintética de cabelos vermelhos
E um caralho de plástico ornamentando os pentelhos

Se vestiu de Flamengo
Me amarrou nuns cordéis
E aí fez deste mameluco
O seu doce mamulengo

Chamou mais cinco amigas,
Cinco amigas que já tavam ali, na paquera:
- E aí, galera,
Vamos jantar essa fera!

E estalou o chicote:
Vapt vopt
Vapt vopt

- Quem é tua dona?
- Quem é tua dona?

E eu lá:
- É a Madonna!
- É a Madonna!

Exigiu que lhe batesse, lhe arranhasse,
Lhe arrombasse, lhe estuprasse,
Lhe xingasse, marafona cafona,
Musa de museu, Mocréia da globalização,
Lacraia do colonialismo cultural!

Decadente, Vendida, Absoluta, Maravilhosa,
Estrela,
Deidade divina,
Tríbade olímpica dos jardins de Zeus,
Vênus castigadora,
Orgasmo-síntese de todos os amores,
Clitemnestra do clitóris de seiscentos milhões de dólares.

Deitou-me ao colo,
Guardou-me na boca,
E chamou minha piroca de sua leiloca,
Seu baby Consuelo,
E gritou: Rá!
E se mandou
Abraçada com a Ro Ro!

Pode!?
Pode...

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