21.4.07

Novos modelos de negócio para música pop

Em 2003, John Paczkowski criou em seu blog Good Morning Silicon Valley o concurso "Great Recording Industry Business Model Contest". Neste concurso, John pedia para que os leitores tentassem ajudar a indústria fonográfica enviando sugestões de novos modelos de negócio para a música pop em tempos de compartilhamento de arquivos digitais.

Já que as majors não parecem achar uma saída inovadora para o buraco que têm cavado, os leitores do blog poderiam surgir com algum conceito salvador.

O Mike Masnick, da Techdirt, ainda em 2003, escreveu sobre o assunto em seu blog:

"As it stands, CD sales are rapidly decreasing and file sharing is increasing. No matter what is happening with the various lawsuits, the trend is clear. So would you rather go down with the ship, or pick up a rising business model on the upswing? It's a classic disruptive technology curve, and those that don't embrace new models will discover that their old models simply don't exist any more, no matter how much they like them. Those that do embrace the new models and do a good job building a business around them will find (just like so many cases of disruptive technologies before them) that the new market turns out to be much bigger than the old one."

Em seguida, Mike enviou uma sugestão de modelo de negócio para o concurso em que o arquivo digital de música não era tratado como um bem, mas apenas como um ítem promocional para o fato de que determinada banda produz boa música. E, portanto, deveria ser distribuído gratuitamente. Quanto mais troca de mp3, melhor.A idéia é a de que com o compartilhamento de arquivo digital a banda poderia alcançar um maior número de pessoas. A grana não viria mais da venda das canções em si, mas de "serviços" oferecidos ao fã que gostasse da música que ouviu de graça.

Uma assinatura da banda, por exemplo. Mike dizia:

* Now is when things get more interesting. You start to offer a "service." You might call it a fan club, but that has connotations. Let's call it a "subscription" to the band. When the band is still young and small, the subscription should remain pretty cheap and flexible. Say, you let people pay $10/year (less than the cost of a current CD), and they get benefits: direct contact with band members, early access to recordings, ability to request songs at shows. Give the fans their own special RSS news feed so they can be alerted every time the band has a new song for them to hear. Members also get discounts on tangible goods. T-shirts for 25% off. Actual CDs (with bonus features -- movies, games, who knows what) for less than anyone else can buy them. Easy access to recorded concerts right after each show that they can download also would be great.

Agora, em 2007, ele voltou ao assunto no Techdirt com o artigo "Saying You Can't Compete With Free Is Saying You Can't Compete Period", algo como "Dizer que não dá para competir com música de graça é dizer que você não consegue competir de forma alguma". Mike diz que a indústria fonográfia insiste em pensar pela lógica da escassez em tempos de abundância. A internet não é má. A indústria fonográfica que é obsoleta.

Os caras do Sellaband seguiram esta lógica, transformando banda em ativo, e fã em acionista.

No site, é possível inscrever sua banda, distribuir mp3 para download gratuito, e vender ações de 10 doletas. Se 5.000 pessoas as comprarem, a Sellaband manda vocês para o estúdio com um produtor musical e as despesas pagas. Se a banda bombar, é grana para todo mundo que investiu - a banda, o fã, e (claro) o Sellaband.

A partir de agora, banda e público estão nos negócios juntos. Entenda como funciona.